Índice que mede a inflação no País está acima da meta planejada pelo BC
A projeção do IPCA (índice de Preços ao Consumidor), que mede a inflação no Brasil, teve aumento novamente, subindo de 5,96% para 5,98% neste ano. A projeção consta no Boletim Focus desta segunda-feira (10), divulgado pelo BC (Banco Central), com a expectativa para os principais indicadores econômicos do País feitas pelo mercado financeiro. É a segunda alta consecutiva.
Os números estão acima da meta para a inflação no País planejada pelo BC e definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), de 3,25% para 2023, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima, de 4,75%, ou para baixo, de 1,75%. De acordo com a instituição financeira, a probabilidade de a inflação oficial superar o teto é de 83%.
Para os próximos anos a inflação está projetada em 4,14% para 2024, e 4% tanto para 2025 quanto para 2026. Para o próximo ano a inflação também está acima do centro da meta prevista, de 3%, porém, dentro da tolerância. Para março, o índice que mede a prévia da inflação oficial, o IPCA-15, teve variação de 0,69%. O IBGE divulga nesta terça-feira (11) o IPCA do mês passado.
Em fevereiro, segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o IPCA havia subido 0,84%, com alta acumulada de 1,37% no ano e 5,6% nos 12 meses imediatamente anteriores, percentual mais baixo que o do mesmo período anterior (5,77%). No mesmo mês de 2022ª a variação havia sido de 1.01%. O índice foi puxado para cima pelo grupo educação após estabelecimentos de ensino aplicarem os reajustes na virada do ano.
ECONOMIA
A economia brasileira vai ter crescimento, passando de 0,9% para 0,91%, segundo projeções das instituições financeiras. Já o PIB (Produto Interno Bruto), que é a soma de todas as riquezas produzidas no País, teve projeção de crescimento, de 1,44% para 2024. As instituições financeiras projetam expansão também para 2025, de 1,76%, e 2026, 1,8%. A cotação do dólar tem expectativa de R$ 5,25 para o fim de 2023. Já para os últimos dias de 2024 a moeda norte-americana deve subir para R$ 5,27.
TAXA DE JUROS
O mercado financeiro estima que a Selic, a taxa básica de juros divulgada pelo Copom (Comitê de Política Monetária), do BC, chegue ao fim de 2023 em 12,75% ao ano. Dez por cento ao ano é a expectativa do mercado para o fim de 2024. Em 2025, a previsão é de 9%. Já para 2026, 8,75%.
A Selic é o principal instrumento do BC para que seja alcançada a meta de inflação, atualmente definida em 13,75% e sob fortes críticas do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. O índice, o maior desde janeiro de 2017, está nesse patamar desde o fim de agosto de 2022.
Quando há o aumento da taxa básica de juros pelo Copom, com a justificativa de frear a demanda aquecida, os juros mais altos tornam o crédito mais caro, o que estimula a poupança. Assim, os juros altos dificultam a ampliação da economia. Quando há o contrário, com a diminuição, a tendência é de que o crédito fique mais acessível, e haja incentivo tanto para a produção quanto para o consumo, o que faz com que haja diminuição também do controle sobre a inflação e estímulo à atividade econômica.
Legenda da foto: BC elevou estimativas para inflação de 2023, mas manteve inalteradas contas de 2025 e 2026
Crédito da foto: Pixabay