4 de novembro de 2024
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Carlos César Floriano destaca interesse pela produção nacional de Lúpulo e Cevada

Lúpulo e cevada são ingredientes essenciais para a fabricação da cerveja e a produção desses insumos no Brasil tende a aumentar para atender a demanda interna, que também é crescente. Carlos César Floriano, CEO do Grupo VMX, explica que “em 2020, o Brasil chegou a um total de 1.383 cervejarias registradas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, um aumento de 14,4% em relação ao ano anterior, segundo o Anuário da Cerveja 2020”.

O lúpulo, planta da espécie humulus lupulus, utilizado na produção de cervejas, é responsável pelo aroma e amargor da bebida. No Brasil, o crescimento da produção de cervejas artesanais ampliou a procura por lúpulo de qualidade, principalmente porque esse tipo de bebida exige maior quantidade do produto na composição.

Para atender a essa demanda, nos últimos anos, produtores brasileiros iniciaram o cultivo de lúpulo no país, já que a indústria cervejeira importa quase 100% dessa matéria-prima. Dados extraídos da plataforma Comex Stat, do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), apontam que, em 2020, o Brasil importou 3.243 mil toneladas do insumo, o equivalente a US$ 57 milhões.

Carlos César Floriano informa que a mudança no mercado cervejeiro do Brasil, com alteração de consumo para produtos de maior valor agregado e maior uso de matérias primas, tende a pressionar mais o consumo de malte e de lúpulo”, conclui.

Carlos César Floriano explica o incentivo

Com o objetivo de desenvolver subsídios para promover o fortalecimento de uma cadeia produtiva para o lúpulo no Brasil, em outubro de 2020, o Mapa, por meio da Secretaria de Agricultura Familiar, iniciou um projeto de cooperação técnica junto ao Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) para identificar oportunidades, articular parcerias e elaborar um plano de viabilidade técnica e econômica para produção de lúpulo no país.

Para maximizar o aumento da cadeia produtiva do lúpulo, uma série de esforços coletivos devem ser desenvolvidos entre governo, produtores, pesquisadores, indústrias, consumidores e outros setores, no intuito de fomentar a cultura em diversas regiões do Brasil.

“O que impulsiona todo esse desenvolvimento é o fato dos resultados nacionais, tanto qualitativos quanto quantitativos competitivos com os valores internacionais, além de conseguir produtos com maior frescor e terroir nacional”, destaca Carlos César Floriano.

O lúpulo é uma cultura de alto valor agregado e não precisa de grandes extensões territoriais para ser cultivado. Em áreas de 0,5 ou 1 hectare, o produtor já possui um bom retorno financeiro se comparado a outras culturas neste mesmo espaço de área. Diante disso, trata-se de uma cultura que pode ser uma excelente oportunidade para agricultura familiar, gerando mais renda, desenvolvimento e ajudando a manter as famílias no campo.

Ao entender mais sobre esta nova cultura, sua viabilidade financeira, o cenário atual e as demandas, será possível promover ações de fomento e apoio à cadeia produtiva no país, através de planos de ação específicos voltados para o desenvolvimento do cultivo de lúpulo no Brasil.

Produção

Levantamento da Associação Brasileira de Produtores de Lúpulo (Aprolúpulo), que contou com a colaboração de 109 produtores de todo o país, mostra que o Brasil tem cerca de 42 hectares cultivados, o que representa um crescimento de 110% com relação ao ano anterior, e a produção total aproximada gira em torno de 24 toneladas. Santa Catarina é o estado que tem maior percentual de produtores (27%), seguido por Rio Grande do Sul (22%), São Paulo (18%), Paraná (7%), Minas Gerais (6%) e Rio de Janeiro (5%). Em relação à área cultivada, Santa Catarina também ocupa o primeiro lugar, com um total de 12,105 hectares de área plantada.

“As variedades de lúpulo mais plantadas no país, em ordem, são: Cascade, Comet, Chinook, Columbus, Nugget, Saaz, Hallertau Mittelfrüeh, Hallertau, Magnum, Centennial e Zeus”, destaca Carlos César Floriano.

O Brasil é o 3º maior produtor de cerveja do mundo, atrás apenas de China e Estados Unidos, segundo pesquisa publicada em 2020 pela Barth-Haas Group. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil), a produção nacional é de aproximadamente 14 bilhões de litros por ano e representa 1,6% do Produto Interno Bruto (PIB), com faturamento de R$ 100 bilhões/ano e geração de 2,7 milhões de empregos.

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